09 novembro 2007

Espanha representa 12% das vendas da Abreu e sobe a 16% em 2008


Os destinos de Espanha representam 12 por cento da facturação da Agência Abreu, um peso que a empresa espera aumentar para 16 por cento até final de 2008.
O director da empresa explicou que Espanha é o mercado mais importante para a Abreu que se especializou neste produto, um trabalho agora reconhecido pelo governo espanhol com a atribuição da "Condecoração de Mérito Turístico", um prémio de cariz mundial pela primeira vez destinado a uma empresa portuguesa.
O objectivo apontado pelo director da Agência Abreu é apresentar Espanha como um destino diversificado, com base na promoção da cultura, património e gastronomia característicos de regiões e cidades, em alternativa ao sol e praia, mais divulgados entre os portugueses.
Com um investimento de cerca de 450 mil euros anuais em acções de promoção de destinos em Espanha, o operador turístico quer continuar a apostar neste país, nomeadamente em Andaluzia, que vai ser o "patrocinador oficial" da edição de 2008 da sua feira Mundo Abreu.
A empresa quer aínda aumentar o peso do destino Espanha na actividade da Abreu, para 16 por cento em 2008.
Como exemplo da presença de Espanha na oferta da Abreu, o director da empresa refere que no seu site na internet é possível obter uma confirmação imediata de 150 hotéis naquele país.
Este ano, as vendas da Abreu para Espanha rondam os 62 mil pacotes de férias.
A Agência Abreu foi fundada no Porto em 1840, por Bernardo Abreu e ainda hoje pertence à mesma família e descendentes directos, na quinta geração. A Abreu opera em Espanha desde a sua fundação, em 1840, e está representada directamente em Madrid, desde 1977, em Barcelona desde 2000, estando presentemente em processo de abertura de um novo escritório em Málaga.
Actualmente, tem 105 lojas em todo o país, incluindo em centros comerciais, apresenta várias alternativas de destinos de viagens, além de Portugal, Espanha ou Brasil, como Cuba ou República Dominicana, e acompanha a evolução das tendências dos mercados e dos consumidores, com a aposta nas vendas on-line.
Espanha assumiu-se como um dos mercados mais importantes a nível mundial, esperando-se que no ano 2008 supere a barreira dos 65 milhões de turistas estrangeiros, devido aos cerca de cinco milhões de visitantes esperados, na Exposição Universal de Zaragoza (Expo 2008). A oferta turística para a Península Ibérica está neste momento numa fase de acelerado crescimento, podendo Portugal vir a aproveitar desse facto e aumentar igualmente o seu número de visitantes em 2008.
Fonte: Agência Lusa, 5 de Novembro de 2007.

12 outubro 2007

Portugal duplica participação na Iberwine 2007, em Novembro em Madrid

Portugal assumirá particular protagonismo na feira de vinho de Madrid Iberwine 2007, em Novembro, um dos mais importantes certames do tipo, quase duplicando o espaço de exposição e de presenças. De 13 a 15 de Novembro de 2007, o "Parque Ferial Juan Carlos I" de Madrid (IFEMA) será sede da IBERWINE, a maior feira de vinhos do mundo ibérico, bem como um grande centro de negócios, no qual as transacções terão um elevado protagonismo.
O salão internacional do vinho (Madrid International Wine Fair) converteu-se num encontro imprescindível do calendário viticultor mundial. Um comité organizador de acentuado carácter internacional garante a presença dos melhores compradores do mundo. Os vinhos de toda a península Ibérica têm a oportunidade de divulgar (a nível mundial) a enorme riqueza que escondem a um elenco de compradores internacionais e também peninsulares.
A presença portuguesa deverá ocupar 345 metros quadrados no certame, quer a nível colectivo, quer a nível individual, encontrando-se nesse espaço, produtores, câmaras de comércio e denominações de origem. Os vinhos procedentes de países ibero-americanos, irão ser outra presença com destaque neste evento.
Os organizadores insistem no papel da Iberwine na promoção de vinhos ibéricos nos mercados internacionais, notando, por exemplo, o recente acordo entre este certame e a Miami Internacional Wine Fair.
Os vinhos portugueses são já conhecidos pela sua qualidade. Recentemente, o "The New York Times" elegeu um vinho português como a melhor escolha em vinhos abaixo dos 10 dólares, cerca de sete euros. O "Padre Pedro", da Casa Cadaval é produzido no Ribatejo e conquistou os jornalistas do prestigiado jornal norte-americano. Para além disso, quatro vinhos portugueses fazem parte da lista dos 100 melhores vinhos do ano da influente revista norte-americana "Wine & Spirits". Entre os quatro destacados estão três vinhos do Porto. O melhor vinho português foi o da Quinta do Crasto Douro Reserva 2004, em segundo lugar, os vinhos Taylor Fladgate Porto Vargellas 2004 e o Taylor Fladgate Porto Vargellas Vinha Velha 2004. Em quarto lugar surge o Quinta do Feital Vinho Verde Dourado Alvarinho 2005.
Mais do que uma aposta na divulgação da qualidade dos vinhos portugueses no exterior, a presença neste evento deverá servir igualmente para reforçar as relações comerciais com os países importadores de vinho e desta forma aumentar as exportações do mesmo e reforçar a imagem de Portugal como país de origem.
http://www.fairstv.com/feria_ficha/Iberwine+2007/ief460/?lang=POR

Fonte: Agência LUSA, 18 de Setembro de 2007.

Espanhóis só associam cinco marcas a Portugal

Segundo um estudo elaborado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola, as marcas que os espanhóis associam a Portugal são a Caixa Geral de Depósitos, a Galp, Banco Espírito Santo (BES), Delta e Luís Simões.
Os espanhóis têm uma forte apetência para comprarem marcas nacionais em detrimento das estrangeiras, mas no caso das portuguesas identificam a CGD, BES, Galp, Delta e Luís Simões com o país de origem, destaca o mais recente estudo elaborado por esta Câmara de Comércio.
O trabalho, que identificou 400 empresas lusas em território espanhol, permitiu reunir entre 2004 a 2006 os dados detalhados de 180 destas empresas.
Segundo o estudo, só entre as cinco maiores empresas portuguesas em Espanha representam aproximadamente três quartos (72 por cento) do volume de facturação do conjunto das 180 empresas cujos indicadores foi possível recolher.
Assim, ao nível da facturação, estas cinco empresas facturaram 7,9 mil milhões de euros em 2006. O "ranking" das cinco maiores empresas portuguesas em Espanha é liderado pela Galp Energia, com um volume de negócios de 2,5 mil milhões de euros.
Seguem-se a Hidrocantábrica Del Cantábrico, do grupo EDP com 2,1 mil milhões de euros e da Tafisa, do grupo Sonae com 1,7 mil milhões de euros de facturação.
Na quarta posição aparece a Cimpor Inversiones - grupo Cimpor, com uma facturação de 1,13 mil milhões de euros, seguida pela Sovena Ibérica de Aceites (grupo Nutrinveste), com um volume de negócios da ordem dos 476 milhões de euros no ano passado.
Cada português compra a Espanha anualmente cerca de 1.500 euros e vende 873 euros, sendo que Portugal representa para Espanha o seu quarto mercado receptor de produtos e bens e o seu oitavo fornecedor.
Os bens mais transaccionados entre estes países, quer de um lado quer de outro, são produtos da indústria auxiliar mecânica e da construção e os bens de tecnologia industrial, salienta o estudo. A confecção e a moda estão entre o terceiro e o quarto lugar entre os produtos mais transaccionados entre os dois países, a que não é alheia a existência dos grupos espanhóis Inditex e El Corte Inglês. Na área financeira os bancos portugueses têm uma quota de mercado de 0,5 por cento, enquanto os espanhóis têm uma posição no mercado português da ordem dos 15 por cento.
De facto, estas cinco marcas identificadas pelos consumidores espanhóis, como sendo representativas da imagem do país de origem Portugal, são algumas das marcas portuguesas mais fortemente internacionalizadas e cujo esforço que efecturam na sua promoção no exterior, tem sido reconhecido pelo sucesso alcançado nas respectivas áreas de actividade. Seria desejável no entanto que em vez de cinco marcas, o número fosse bastante superior bem como o número de empresas portuguesas presentes em Espanha e que os incentivos à exportação e promoção das empresas no exterior fossem maiores. Pois assim, o número de exportações aumentaria, a imagem de Portugal no exterior seria optimizada e os empresários poderiam adquirir mais confiança.
http://www.icep.pt/CmsAPI/AICEP/index.html
Fonte: "Agência LUSA", 11 de Outubro de 2007.

05 setembro 2007

Turistas estrangeiros gastam em média 837 Euros em Espanha

Embora a duração da estadia dos turistas estrangeiros em Espanha tenha diminuido, o gasto total dos mesmos aumentou 3,1% nos sete primeiros meses do ano, aumentando o montante gasto por turista em 1,1%.
A sondagem de gasto turístico do Ministério de Indústria, Turismo e Comércio revela que os visitantes estrangeiros reduziram a sua estadia em cerca de 3,1% em relação ao ano passado. A despesa total dos estrangeiros até Julho deste ano foi de 27.545 milhões de euros, cerca de 837 euros por pessoa, pelo que o gasto médio diário dos turistas aumentou 92 euros, 4,4% mais. No entanto, a sua estadia teve a duração de 9 dias.
Por outro lado, no mês de Julho, o gasto total dos turistas estrangeiros atingiu o valor de 6.519 millhões de euros, 3,5% acima do que em igual período do ano passado. O gasto médio efectuado por turista aumentou 1,7%, ascendendo aos 867 euros. O gasto médio diário foi de 90 euros, 7,1% mais, enquanto que a duração média da estadia foi 6,2% inferior, com a duração de 10 noites.
Os turistas europeus destacaram-se dos restantes, representando 86,8% do gasto total de Julho, em especial provenientes do Reino Unido e Alemanha, efectuando 42,9% da receita total. Ambos os países gastaram menos do que há um ano. O terceiro país foi França, que ao contrário dos restantes, aumentou a sua despesa.
O Secretário de Estado do Turismo afirma que o retrocesso dos pacotes turísticos, junto com o aumento dos gastos diários por turista e a redução do tempo de permanência são tendências que se têm vindo a observar em toda a Espanha e a nível mundial.
Para além disso, em 2008 Espanha irá acolher a Exposição Universal de Zaragoza (Expo 2008), sendo esperados cerca de cinco milhões de visitantes, segundo dados divulgados por fontes ligadas ao sector do Turismo, o que irá superar a barreira dos 65 milhões de visitantes em 2008.
Fonte: "Revista Capital/Madrid", 31 de Agosto de 2007.

28 julho 2007

Pactos de la Moncloa e Toledo lançaram milagre económico espanhol

Faleceu recentemente Enrique Fuentes Quintana o “pai económico” dos Pactos de la Moncloa, que formaram os alicerces do milagre económico espanhol. Os Pactos de la Moncloa de 1977, com os dois componentes, político e económico.

Os Pactos nasceram da necessidade de uma concertação integral para o desenvolvimento de um país em crise. Foram subscritos por todos os partidos políticos com representação parlamentar e sancionados por unanimidade no parlamento.

O Programa permitiu alcançar os objectivos fixados, servindo para conter as exigências dos trabalhadores e conciliar os diversos interesses. O crescimento espanhol tem estado acima da média europeia, com elevada criação de emprego. Assim, Espanha tornou-se num dos países mais bem sucedidos nos últimos 25 anos graças ao “espíritu de responsabilidad” acordado nos Pactos de la Moncloa.

Com o Pacto de Toledo em 1995, os espanhóis recorreram de novo ao consenso politico e social alargado para assegurar a sustentabilidade da Segurança Social espanhola. O relatório de 15 recomendações foi aprovado em parlamento quase por unanimidade e o pacto foi mantido apesar da alternância de partido no poder.

A situação financeira do sistema de pensões melhorou notoriamente desde 1995 o que confirma a inteligência da decisão de considerar a reforma das pensões como uma questão de Estado. Em 1994, havia apenas 1,74 trabalhadores espanhóis a contribuir por cada pensionista a receber, enquanto em 2003-4 o rácio tinha melhorado para 2,46.

Espanha não é o único país de sucesso que tem recorrido a “pactos de regime” para as grandes reformas estruturais. Podem ver-se os exemplos da Irlanda e Finlândia no pelotão da frente

E Portugal, até quando vai continuar na fim da fila?

VER: http://www.usmr.ccoo.es/Publicaciones/Documentacion/pactotoledo/queespactotoledo.htm

http://www.elmundo.es/sudinero/noticias/act-33-5.html

http://www.cincodias.com/articulo/opinion/renovacion/Pacto/Toledo/cdsopiE00/20030610cdscdiopi_4/Tes/

http://www.vespito.net/historia/transi/pactos.html

http://www.vespito.net/historia/transi/economft.html

13 junho 2007

Moda espanhola, todos para New York e em força

Numa acção de marketing colectiva concentrada no bairro nova-iorquino de Soho para criar mais impacto, as principais marcas de moda espanhola tais como Agatha Ruiz de la Prada, Custo Barcelona, Jaime Mascaró, Cmpaer e Tous.

Nova Iorque é um mercado imprescindível mas difícil de penetrar. As marcas juntaram-se, com o apoio da Câmara de Comércio Espanhola em New York, o instituto de comércio exterior de Espanha, a fim de ganhar massa crítica e economias de escala.

Um exemplo a estudar e talvez a imitar.

12 junho 2007

Os espanhóis têm mais dias de férias do que a média europeia, 36 dias anuais

Os trabalhadores espanhóis disfrutam de 36 dias de férias por ano: 22 dias laborais por ser o minímo legal, mais 14 feriados (nacionais, regionais e locais), enquanto que a média europeia é de 34 dias.
Estas são algumas conclusões do Guia Mundial de Benefícios e Emprego, realizada pela consultora "Mercer Human Resource Consulting".
As férias dos trabalhadores na Europa podem divergir dos 16 dias, dependendo do país onde vivem. O período total de férias, somando o período legal minímo de férias e os feriados (nacionais, regionais e locais), oscila entre os 44 dias nalguns países e 28 noutros.
A média baseia-se nos dias minímos de férias de um trabalhador que trabalha cinco dias por semana, com pelo menos dez anos de serviço. A média de férias (minímo legal + feriados) é de 34 dias na União Europeia, com poucas diferenças entre a Europa Oriental e Ocidental. Os trabalhadores da Finlândia, que são líderes do ranking, dispõem de 44 dias de férias, enquanto que os da França e Lituânia têm 40 dias. Espanha encontra-se acima da média europeia, com 36 dias de férias: 22 dias laborais e 14 feriados. No outro extremo do ranking, encontram-se os trabalhadores do Reino Unido, Países Baixos e Roménia, com apenas 28 dias de férias. Ao todo, entre férias e feriados os portugueses gozam, em média, 34 dias anuais, encontrando-se dentro da média europeia.
O número minímo de dias de férias anuais na União Europeia, oscila entre os 20 e os 30 dias laborais. Os países que concedem apenas 20 dias (o minímo permitido na União Europeia) são a Bélgica, Irlanda, Itália, Países Baixos e Reino Unido. Por seu lado, a Finlândia e a França concedem 30 dias. A média da União Europeia é de 23 dias.
Dentro da União Europeia existe um elevado número de dias que são considerados feriados nacionais, embora estes dias nem sempre coincidam nos vários países. A estes dias somam-se os feriados regionais e locais. Por outro lado, existem igualmente diferenças no que diz respeito ao usufruto dos feriados. Embora, os trabalhadores possam disfrutar desses dias por lei, isso não acontece em países como a França, Suécia ou Reino Unido. As empresas destes países concedem, no geral, os dias de feriado nacional, podendo no entanto pedir aos trabalhadores que trabalhem nesses dias ou que os utilizem como parte do seu período de férias anual.
Para além do período de férias anual e dos dias de feriado nacional, regional e local, em muitos países como Espanha, as empresas têm aínda o dever de conceder licenças especiais de maternidade, paternidade, nascimento de um filho, falecimento, acidente ou doença grave de familiares, mudança de domicílio, entre outros. Mesmo nos casos em que não existe obrigação por lei, um elevado números de empresas concede licenças adicionais devido a circunstâncias especiais.
Isto comprova que as economias avançadas do Norte da Europa trabalham menos dias, mas conseguem, ainda assim, ser mais tecnológicas e competitivas.

Fonte: "Revista Capital/MADRID", 4 de Junho de 2007.

01 maio 2007

Espanha está a ficar mais "gorda"

Segundo os resultados da Sondagem Nacional de Saúde efectuada em 2006 em Espanha, 52,7% da população adulta e 27,6% dos menores de idade têm excesso de peso e obesidade.
Cerca de 44,4% dos homens de 18 anos e acima desta faixa etária têm excesso de peso, enquanto que nas mulheres essa percentagem é de 30,3%.
15,5% dos homens e 15% das mulheres apresentam um índice de massa corporal considerado como obesidade.
Na população dos 2 aos 17 anos, 18,5% sofre de excesso de peso, e 9,1% de obesidade.
Do total de entrevistados nesta sodagem, 74,1% dos homens considera a sua saúde boa ou muito boa, sendo esta percepção diferente nas mulheres, sendo apenas 63,6%.
Esta sondagem, elaborada pelo INE, foi divulgada primeiramente pelo Ministerio de Sanidad , revelando que do total da população espanhola, 68,8% considera o seu estado de saúde bom ou muito bom. Nos adultos, a percepção de um bom estado de saúde é menor (36,8%), sendo a percentagem maior nos menores de 16 anos e na faixa etária dos 16 aos 24 anos, 88,8% e 87,9%, respectivamente.
O álcool e o tabaco são factores que também se encontram presentes na população espanhola e que podem influenciar estes resultados.
Assim sendo, 30% da população com 16 anos ou mais declara-se fumadora. Por outro lado, 70,6% afirma ter consumido bebidas alcoólicas nos 12 meses anteriores à sondagem.
Relativamente aos bons hábitos praticados pelos espanhóis, 59,6% da população adulta realiza exercício físico no seu tempo livre, sendo os homens os que mais fazem exercicío físico (63,1%) e as mulheres (56,3%).
Para além disso, 22,3% da população afirma ter dificuldades para realizar as actividades da vida diária devido a um problema de saúde. Estas dificuldades são mais frequentes na população adulta.
Quanto a actividades preventivas, esta sondagem demonstra que 21% da população (20,7% dos homens e 21,3% das mulheres) tomou a vacina contra a gripe, sendo este número superior na faixa etária dos maiores de 64 anos, atingindo 71,8% dos homens e 65,8% das mulheres.
Segundo outro estudo, o qual se pode ler no artigo abaixo, a publicidade tem efeito no aumento de consumo de alimentos por parte das crianças, sendo as crianças espanholas neste momento as mais obesas da Europa. A proporção de crianças obesas em idade escolar na Europa, aumentou cerca de 50% desde finais dos anos 90, segundo dados da "Revista Internacional de Obesidade Pediátrica".
A prevenção e tratamento da obesidade é muito importante, prevendo-se um combate a esta doença em Espanha, com o apoio às pessoas obesas, recebendo estas tratamento dietético, psicológico e cirúrgico.
O problema da obesidade (nos menores sobretudo), tem vindo a intensificar-se nos últimos anos, afectando sobretudo os países mais desenvolvidos a nível mundial. É necessário por isso, tentar educar as crianças com políticas preventivas da obesidade e um maior controlo da publicidade dirigida às mesmas, obrigando as empresas de bens alimentares de grande consumo a adaptarem o seu "portfolio" de produtos a uma oferta mais saudável e equilibrada para os menores. Pois estes, continuam a ser o alvo preferencial destas campanhas que incentivam ao consumo, situação esta que por vezes nem os professores nem os pais das crianças conseguem controlar, pois estes encontram-se na maior parte do tempo na escola, sendo aí que cometem os maiores erros alimentares.

Fonte: "www.20minutos.es", 30 de Abril de 2007.

Lisboa em 9º lugar entre cidades preferidas para congressos

Lisboa integra a lista mundial das 10 cidades mais procuradas para acolher a realização de congressos de associações internacionais, relativa a 2006, quando subiu dois lugares, para a 9ª posição, segundo anunciou o Turismo de Lisboa. Numa informação divulgada, a Associação Turismo de Lisboa cita dados publicados pela ICCA - International Congress & Convention Association que integram a capital portuguesa no grupo das preferidas, ultrapassando cidades concorrentes como Amesterdão ou Madrid.
Entre as 10 cidades mais escolhidas para a realização de reuniões das associações estão Viena, Paris, Singapura, Barcelona, Berlim, Budapeste, Seul, Praga e Copenhaga.
A capital portuguesa, reflectindo uma notoriedade crescente na atracção deste produto turístico, subiu dois lugares para a nona posição, ex-aequo com Copenhaga, por comparação com os dados referentes a 2005.
De acordo com a ICCA, no ano passado, Lisboa recebeu 69 congressos associativos internacionais, mais três do que em 2005.
Em Lisboa, os eventos como congressos, reuniões de associações internacionais e conferências empresariais concentram- se, sobretudo, nos meses de Abril/Maio e Outubro/Novembro, refere o Turismo de Lisboa.
As Ciências Médicas, com 19% de eventos realizados em Lisboa em 2006, ocupam, de acordo com o Observatório do Turismo de Lisboa, a primeira posição em termos de quota neste segmento, à qual está associada a presença de mais de 17 mil participantes.
Seguem-se os grupos Ciências (12%), Indústria (9%), Tecnologia e Educação (ambos com 8%), Economia (4%) e Engenharia (2%).
O Turismo de Negócios é um dos dez produtos estratégicos incluídos no Plano Nacional para o Turismo Nacional (PENT), e a região de Lisboa é a primeira prioridade para o desenvolvimento deste produto.
O Turismo de Lisboa refere a qualidade das instalações, equipamentos e serviços especializados, a tecnologia e o conhecimento profissional acumulado como as principais vantagens competitivas da cidade para receber iniciativas na área dos Negócios.
O primeiro lugar da lista da ICCA, composta por perto de 240 cidades de todo o mundo, continua a pertencer a Viena, e o último a Lund, uma cidade universitária na Suécia.
Para que os eventos possam constar no ranking, a ICCA, a maior organização internacional do sector, exige um conjunto de condições como a realização regular, rotação por quatro países diferentes e presença mínima de 50 participantes.
A nona posição no ranking das cidades mais escolhidas para congressos, coloca Portugal à frente da Espanha, o que é um bom indicador da evolução do turismo empresarial no nosso país e das boas condições existentes para receber os visitantes, esperando-se que o número de participantes em congressos aumente.


Fonte: "Diário Digital/Lusa", 30 de Abril de 2007.

19 abril 2007

Espanha superará em 2008 os 65 milhões de turistas graças à "Expo 2008"

Espanha superará no ano 2008 a barreira dos 65 milhões de turistas estrangeiros, devido aos cerca de cinco milhões de visitantes esperados, na Exposição Universal de Zaragoza (Expo 2008), segundo dados divulgados por fontes ligadas ao sector do Turismo.
Com a afluência massiva esperada de visitantes ao evento citado, será alcançado o número recorde de 65 milhões de visitantes estrangeiros, cerca de 7,5 milhões acima dos turistas estrangeiros registados em 2006, o qual atingiu os 58,5 milhões, segundo o "Instituto de Estudios Turísticos". O Presidente da "Mesa de Turismo", uma organização composta por um grupo de empresários com destaque no sector do Turismo, considera que, tal como ficou provado com a Exposição Universal "Sevilla 1992", a "Expo" de Zaragoza servirá para promover aínda mais a marca "España", convertendo o país, durante três meses, num enclave socio-cultural de referência mundial, consolidando assim a posição do país no segundo lugar em termos de destinos turísticos mundiais. Os mercados internacionais considerados como principais emissores de turistas para a "Expo" são, a França, Reino Unido, Portugal, Alemanha, Itália, Bélgica e Luxemburgo, Holanda e Áustria.
Portugal pode e deve aproveitar esta oportunidade para atrair turistas estrangeiros ao nosso país, quer pela proximidade quer pela oferta turística de qualidade.

Fonte: www.hosteltur.com, 13 de Abril de 2007.


09 abril 2007

A taxa de poupança das famílias espanholas é de 10,1% do rendimento disponível

A taxa de poupança dos particulares e Instituições espanholas, situou-se nos 10,1% do seu rendimento disponível nos últimos doze meses, seis décimas acima do valor de 2005, segundo o Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE).
Os dados apresentados dizem respeito a Contas não financeiras dos sectores Institucionais- que incluem particulares, Sociedades não Financeiras, Administrações Públicas e Instituições Financeiras- e que o INE publica nesta data, tendo esta publicação um carácter trimestral.
No referido trimestre, Janeiro- Março 2007, a taxa de poupança atingiu 0s 12,6% do rendimento disponível, cerca de dois pontos percentuais acima do resultado alcançado no mesmo período do ano de 2005.
A necessidade de crédito dos particulares e empresas, atingiu os 9.532 milhões de euros, 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste trimestre.
Nesse mesmo período, as sociedades não financeiras revelaram ter necessidade de crédito na ordem dos 6.800 milhões de euros, 2,6% do PIB trimestral, valor superior em 2,2 pontos percentuais em relação ao registado no mesmo trimestre do ano 2005.
A taxa de poupança das famílias espanholas desceu 46,5% entre 1995 e 2005, aumentando a sua necessidade de crédito, a qual representa já 2% do Produto Interno Bruto (PIB), fundamentalmente devido ao endividamento resultante da compra de habitação, segundo dados da "Fundación de las Cajas de Ahorros" (Funcas).
O endividamento de particulares e empresas tem vindo a aumentar nos últimos anos, segundo uma notícia publicada pelo Jornal "La Gaceta". Verificando-se um aumento na percentagem de créditos mal parados no início de 2007, após quatro meses de descidas.
A fama de bons pagadores dos espanhóis é assim posta em causa. Famílias, empresas e Instituições têm divídas aos bancos, "cajas" e Cooperativas de Crédito, num total de mais de 1,46 biliões de euros, no final de Janeiro deste ano, sendo que cerca de 9.702 milhões representavam crédito mal parado. Em apenas um mês, as entidades financeiras viram crescer o montante total desse potencial crédito mal parado em 614 milhões, o que significa, um crescimento a um ritmo médio de 19,80 milhões de euros por dia. Esses empréstimos, representavam apenas 0,6633% do crédito pendente de cobrança, embora o seu peso tenha aumentado em Janeiro deste ano, segundo dados do "Boletín Estadístico del Banco de España". Pela primeira vez em quatro meses, a taxa de incumprimento aumentou, passando de 0,6287% no final de 2006 para 0,7124% em Janeiro, do mesmo exercício.
A necessidade de crédito da economia espanhola em relação ao resto do mundo foi de 17.499 milhões de euros em 2006, 6,7 % do PIB trimestral, oito décimas acima dos valores de 2005.
Estes dados resultam de um mau comportamento da balança exterior de bens e serviços com o resto do mundo, 9,5% valores negativos, até alcançar os 16.701 milhões de euros.
De facto, a economia espanhola está a crescer a um ritmo anual de 3,7%, o que se deve em parte às condições favoráveis de financiamento e ao aumento da população, na sua maioria imigrantes.
No entanto, embora Espanha tenha registado em 2006 um superávit de 1,8% no PIB, esta não está a aproveitar da melhor forma esta boa fase, tentando reduzir o endividamento público e proporcionando maior solidez ao sistema de protecção social. Este esforço de redução do endividamento público e de aumento das poupanças públicas não está a ser correspondido por parte do sector privado, devendo este ser capaz de criar mais poupanças. O que acontece na prática em Espanha e nalguns países europeus é, uma distribuição desigual dos frutos do crescimento, o que não gera mais igualdade e coesão social. Mas se em vez disso, os investimentos fossem aplicados no sector público, na área da educação, investigação, desenvolvimento, inovação e práticas sociais, isso conduziria também a uma melhoria da produtividade e desta forma a melhores resultados económicos para o país.
Fonte: "www.abc.es"/ "La Gaceta", 9 de Abril de 2007.

25 março 2007

Espanha é o 5º país mundial em redes de franchising

Segundo um estudo apresentado pela Consultora "Tormo & Associados", o mercado espanhol de marcas de franchising, é pelo terceiro ano consecutivo, líder europeu. Espanha ocupa o quinto lugar a nível mundial no que diz respeito a redes de franchising, com 968 marcas a operar no mercado, mais 7% do que em 2006 (902). Acima de Espanha, encontra-se a China (2.100 redes), Estados Unidos (1.500), Japão (1.088) e Brasil (971). No total, Espanha tem 68.775 establecimentos franchisados, que a colocam no quinto lugar do ranking mundial. Para além disso, continua a ser pelo terceiro ano consecutivo líder mundial de marcas europeias. A facturação dos franchisings espanhóis atingiu os 19.585 milhões de euros, ocupando o oitavo lugar mundial, uma lista encabeçada pelos Estados Unidos.
Paralelamente, o número de cadeias de franchising estrangeiros cujos planos de expansão englobam Espanha, aumenta de ano para ano, assim como o número de empresas nacionais que apostam na internacionalização.
Neste estudo, a consultora destaca o crescimento do sector um ano mais, em número de cadeias de franchising, estabelecimentos franchisados, facturação, investimento e emprego.
O sector do franchising espanhol encontra-se numa fase sólida e estável, contando com cerca de 150 cadeias de franchising plenamente consolidadas, as quais possuem mais de 50.000 estabelecimentos, aumentando em cada ano o número de novos projectos. Só em 2006, foram criadas 244 novas redes de franchising.
Outra das conclusões do estudo, é de que o sector dos serviços continua a ser o mais dinâmico com a criação permanente de novos nichos de mercado, agrupando uma ampla oferta de marcas, dispondo de um total de 453 redes e 38.752 estabelecimentos. Seguem-se o sector do Retalho, com 368 cadeias que operam através de 22.824 estabelecimentos e Hotelaria e Restauração com 7.199 establecimentos franchisados e 147 redes de franchising.
Do total de cadeias do sector, apenas quatro Comunidades Autónomas congregam 80% do mercado. Madrid lidera o ranking -com 304 cadeias de franchising e 15.629 establecimentos franchisados, seguida por Barcelona, com 237 cadeias e 13.990 establecimentos franchisados, Andaluzia e a Comunidade Valenciana, ambas com 103 cadeias de franchising e 9.903 e 7.312 establecimentos, respectivamente. A maioria das empresas de franchising a operar no país são de origem nacional, 81% do total, enquanto que as restantes (19%) são oriundas de vários países, com maior presença dos E.U.A., França e Itália. Por seu lado das empresas criadas este ano (244), 24 destas são de origem internacional, especialmente da EE.UU (7), França (4), Itália (3), Suécia (3), Portugal (2), Suiça (2), e Reino Unido (1), entre outros.
Cerca de 15% das marcas espanholas já se internacionalizaram. O que se traduz, segundo um estudo anual elaborado em 2006 pela empresa "Franquicias Hoy", num total de 132 marcas espanholas a operar em 98 mercados internacionais. Este número concentra-se sobretudo no conjunto dos 26 países pertencentes à União Europeia (sem contar com Espanha), onde existem 108 redes de franchising e um total de 3.639 establecimentos repartidos por 26 países do Velho Continente. Embora, devido à sua proximidade geográfica e similitude cultural, Portugal, França e Itália, continuem a ser os destinos preferenciais da internacionalização espanhola.
Tal como Espanha também Portugal deve apostar na internacionalização dos seus conceitos de negócio para Espanha, sendo este mercado fundamental no processo de desenvolvimento dos conceitos portugueses de franchising. Com uma facturação total neste sector de 19.585 milhões de euros, Espanha é o país que apresenta o maior nível de crescimento ao nível do mercado de franchising.
http://mercadoespanhol.blogspot.com/2006/10/empresas-franchisadas-apresentam.html

Fonte: "Revista Capital/ MADRID", 23 de Março de 2007.

22 março 2007

Reino Unido e Espanha concentram maior número de projectos turísticos

O Reino Unido e a Espanha concentram quase metade das unidades hoteleiras europeias em projecto nos próximos três anos, onde estão previstos 513 novos estabelecimentos hoteleiros, segundo noticiou o “site” de turismo Hosteltur. Do total dos hotéis previstos, 224 unidades estarão situadas no Reino Unido e em Espanha, de acordo com a análise realizada pela consultora Lodging Econometrics (LE). A Inglaterra tem previstos 147 hotéis, já em consequência dos Jogos Olímpicos que se realizarão em Londres em 2012. Já Espanha, tem em curso 74 projectos. A construção dos 513 projectos irá pressupôr a criação de mais 93.669 quartos na Europa, de acordo com o mesmo estudo. O presidente da consultora LE, assegura que após uns anos de crescimento modesto, a região está a beneficiar da expansão da economia global, da disponibilidade de capital para investir e de uma indústria de turismo em crescimento, que agora aproveita para expandir ao máximo o seu capital. Paralelamente, a taxa de ocupação hoteleira também tem vindo a aumentar, assim como o número de camas disponíveis, o que demonstra que a Europa tem um clima de investimento atractivo, o qual está a provocar alguma agitação no sector da indústria hoteleira.

Fonte: "Câmara de Comércio e Indústria Luso-espanhol", (CCILE), 22 de Março de 2007.

16 fevereiro 2007

À conquista do mercado espanhol - 2005

A performance de Portugal no “mercado ibérico” tem de ser vista em termos do impacto no PIB e no rendimento nacional, focando todas as atenções na competitividade e na quota de mercado dos produtos e serviços portugueses. Mais precisamente, trata-se de aumentar as exportações para Espanha, de cativar os turistas espanhóis e de atrair investimento produtivo espanhol para Portugal

A Espanha tornou-se no nosso maior fornecedor, com cerca de 30 por cento das nossas importações e é também o nosso maior cliente, com 30 por cento das nossas exportações.

No entanto, o défice comercial Portugal-Espanha tem-se agravado, representando 5,0 por cento do PIB português em 2004. Para a Espanha, Portugal é apenas o 3º mercado europeu em termos de exportações, depois da França e da Alemanha, mas o primeiro em termos do saldo comercial, que acresce 1,0 por cento ao PIB espanhol.

O défice comercial

A taxa de cobertura do comércio de mercadorias que era superior a 58 por cento em 1991, desceu abaixo de 40 por cento em 2001, mas recuperou para 47 por cento até 2004. Esta degradação era previsível já em 1986, dado o impacto das economias de escala na afectação dos benefícios de uma união alfandegária. No entanto, é urgente tomar medidas para reforçar a recente inversão que é sobretudo conjuntural e que tem a ver com o diferencial de crescimento. Considerando a dimensão do mercado espanhol, quatro vezes maior que Portugal em população e seis vezes maior em compras, as exportações portuguesas continuam muito aquém do potencial.

O turismo pouco contribui para compensar este défice comercial, apesar do volume de turistas espanhóis ser cerca de quatro vezes o de turistas portugueses em Espanha.

O contributo do investimento directo também sofre de algumas assimetrias estruturais. O que importa para o PIB é a atraccão de importantes investimentos espanhóis de raiz que possam contribuir para o valor acrescentado nacional. Mas os investimentos “greenfield” escasseiam entre 3.000 empresas com capital espanhol em Portugal. Estas consistem mais em aquisições no sector financeiro e de distribuidoras e comercializadoras de produtos espanhóis.

O investimento directo português em Espanha pode ser “instrumental” para fomentar mais exportações e criar mais valor acrescentado nacional ao acercar os nossos produtores cada vez mais do consumidor espanhol. Satisfazer melhor o cliente espanhol não tem que implicar a deslocalização da produção para Espanha. Segundo o ICEP Madrid, os negócios portugueses em Espanha são maioritariamente B2B e caracterizados pela subcontratação ou a venda através de agentes e distribuidores locais que controlam o acesso ao cliente final. Seria importante investir a longo prazo, para fazer chegar as marcas e as mensagens dos fornecedores portugueses directamente aos consumidores espanhóis, através de redes de distribuição próprias.

Algumas empresas já investiram em produtos, marcas e redes comerciais apropriadas para o mercado espanhol. Mais interessante ainda é a experiência de agregação sectorial dos exportadores para ganhar massa critica e economias de escala. O êxito comercial em Espanha tem de ser visto como a prova real para os produtos ou serviços portugueses com ambição internacional. Assim, um bom conhecimento do mercado espanhol, em toda a sua exigência e complexidade, pode ser o principal determinante de sucesso a longo prazo. Seria caso para perguntar, onde está El Corte Inglês português?

... E do conhecimento do mercado

O êxito comercial das exportações espanholas em Portugal baseia-se num forte conhecimento do mercado português. Neste domínio de marketing internacional, os espanhóis aproveitam e optimizam as economias de escala, recorrendo aos apoios do ICEX e às suas associações empresariais, câmaras de comércio e universidades. Para os fornecedores portugueses, as (des)economias de escala são ainda mais determinantes nos estudos de mercado, na criação de marcas e redes de distribuição e logística e na recolha e tratamento de informação de clientes. Este investimento no grande mercado espanhol pode ser colectivo, pelo menos a nível sectorial. Os maiores rivais no mercado doméstico necessitam de colaborar fora de portas.

Tal como acontece a alguns outros países pequenos, Portugal tem um vizinho mais rico, mais dinâmico, mais pujante e muito maior. Reconhecendo que não é fácil penetrar o mercado espanhol, cabe-nos alinhar esforços e mobilizar energias para conquistar esse mercado. Isto exige um forte empenho desde a formação nas universidades, ao ICEP, às empresas, aos bancos, e sobretudo às associações empresariais. É urgente tornar a ameaça numa oportunidade, começando por conhecer melhor o cliente espanhol para vender mais em Espanha.

Mariana Abrantes de Sousa, economista
2005

Governo chinês vai apoiar investimento em Portugal

O governo chinês vai encorajar as empresas chinesas a investir nos sectores de ponta da indústria portuguesa, como tecnologias de informação, segundo revelou a "Nova China", agência noticiosa oficial chinesa. Durante um encontro com José Sócrates, um alto responsável do "PCC" (Partido Comunista Chinês) referiu que espera que o "PCC" e o "Partido Socialista Português" possam reforçar os intercâmbios e a cooperação. Este revelou que o governo chinês vai apoiar empresas chinesas que desejem investir em Portugal nos sectores da logística, tecnologias de informação e nas indústrias automóvel e electrónica. Por outro lado, o primeiro-ministro chinês assegurou que a China está empenhada em aprofundar as relações comerciais e económicas com Portugal. Os responsáveis dos ministérios das Finanças da China e de Portugal assinaram um memorando de entendimento para abertura de uma linha de crédito de 300 milhões de euros com vista a apoiar exportações portuguesas para o mercado chinês e que envolverá a Caixa Geral de Depósitos e o Banco da China. A linha de crédito destina-se sobretudo a contribuir para importações chinesas de bens de equipamento portugueses. O primeiro-ministro português apelou entretanto à constituição de parcerias empresariais luso-chinesas, para que se opere em conjunto nos mercados dos países africanos de expressão portuguesa e no Brasil. O apelo do primeiro-ministro foi feito durante a abertura do Fórum de Cooperação Empresarial entre Portugal e China 2007 e na cerimónia de lançamento da Archway - uma empresa de direito chinês detida pela Portugal Telecom e por uma firma dependente do Ministério das Comunicações da China.
Mais do que uma ameaça, a China é, hoje, uma oportunidade de mercado para as empresas portuguesas com bons produtos, imagem de marca e agilidade. À excepção de alguns sectores-chave, já não é necessário estabelecer uma «joint-venture» para entrar no mercado chinês, mas encontrar um importador ou um parceiro que conheça bem o mercado e os canais de distribuição. Os chineses querem produtos competitivos e fazer dinheiro de uma forma rápida.
Com a Missão China o governo português pretende reforçar os laços económicos e políticos entre os dois países, promovendo igualmente o aumento das exportações nacionais e a captação de um maior volume de investimento chinês.

Fonte: "Agência Lusa"/"Jornal SOL", 1 de Fevereiro de 2007.

05 fevereiro 2007

China versus Índia

Ao investigar as causas do maior dinamismo da economia chinesa, cujo PIB cresceu 9,7% a.a. no período 1993-2004 versus apenas 6,5% a.a.na Índia, alguns analistas referem a maior rigidez do mercado de trabalho indiano e o menor aumento de produtividade, especialmente no sector industrial.

No entanto, as diferenças entre as fábricas serão menores do que entre os sistemas de distribuição de produtos indianos e chineses. Estes últimos beneficiam de uma forte rede de distribuição de “lojas chinesas” em praticamente todo o mundo, com o apoio logístico e o patrocínio dos órgãos oficiais chineses.

Se a Índia e outros países querem acompanhar o ritmo de crescimento da China, terão certamente de estudar e imitar a sua logística de distribuição e a sua capacidade comercial.

E a capacidade de marketing dos chineses não deve ser subestimada. Quando as primeiras vitórias da Selecção Portuguesa no EURO 2004 fizeram esgotar os stocks de bandeiras nacionais, foram as “lojas chinesas” que vieram acudir ao surto de nacionalismo provocado pelo Figo, o Cristiano Ronaldo e os outros craques de Scolari.

Mas algo se perdeu na tradução dos símbolos nacionais, e os castelos lusitanos passaram a ter um ar mais de pagodes...

Ver artigo The Economist, 27-Jan-07, pg 70

07 janeiro 2007

Marketing e o défice de produtividade

Um estudo do McKinsey Global Institute em 2003 concluiu que o défice de produtividade em Portugal era elevado (PIB€/hora de trabalho cerca de metade da média dos 5 melhores países europeus) mas que era em grande medida não estrutural.

Isto pode ser visto como uma conclusão optimista, pois mostra que depende de nós eliminar uma grande parte do problema com a aplicação de políticas económicas desenhadas para ultrapassar as 6 principais barreiras identificadas

1. Informalidade cultura de falta de rigor, profissionalismo e evasão fiscal
2. Regulamentação de mercados/produtos pouco concorrenciais
3. (Des) ordenamento do território e burocracia no licenciamento e outros processos
4. Prestação qualidade e preço de serviços públicos
5. Legislação laboral, rigidez e distorção do mercado de trabalho
6. Herança industrial de concentração em actividades de pequena escala, baixo valor acrescentado e pouca visibilidade junto do consumidor final

Curiosamente, fala-se pouco da falta de marketing, da fraca acção comercial, que contribui bastante para a falta de produtividade, que se pode considerar a 7ª barreira a ultrapassar com medidas e esforços concertados.

Para ver a importância do marketing, consideremos o simples exemplo de uma fábrica de sapatos, que produz 100 pares de sapatos mas consegue vender apenas 90 pares.

Para melhorar a produtividade, que pode o gerente fazer?
- Aumentar o ritmo de produção 110 pares de sapatos por hora, ou
- Aumentar o esforço de vendas para vender os 10 pares que tinham ficado na prateleira

Em contraste com as outras seis macro-barreiras na lista acima, esta 7ª barreira da falta de marketing distingue-se por ser muito mais micro, isto é, mais susceptível à acção do empresário individual ou da associação empresarial. Marketing, marketing, marketing !

E o que importa é mesmo o esforço inteligente a nível micro, que prometa resultados tangíveis a curto ou médio prazo.

Porque se tivermos que esperar pelo fim da evasão fiscal...

Produtividade em Espanha

06 janeiro 2007

Empresários espanhóis de olho no aeroporto de Beja

Os empresários espanhóis, com interesses próximos da raia, na Andaluzia e Estremadura, depositam confiança nas potencialidades de um aeroporto em Beja, estando convictos de que também eles vão ter as suas oportunidades. Os empresários portugueses por seu lado defendem que o sector agrícola assume-se como um dos principais utilizadores do futuro aeroporto, sendo indispensável para o desenvolvimento hortifrutícola da região e permitindo a internacionalização para novos mercados.
Estes alegam aínda que o futuro aeroporto só deverá ser rentável em 2015, começando as obras jé em 2007 e sendo prevista a conclusão em 2008, pois só nessa altura deverá ter um número aceitável de passageiros. Justificando que os projectos turísticos previstos para esta zona do país terão um papel preponderante no tráfego aéreo, mas só num horizonte de oito a dez anos, quando a capacidade hoteleira instalada atingir as 60 mil camas. A oferta prevista para o litoral alentejano é de 35 mil camas, com capacidade para receber mais de sete mil pessoas. Para além disso, com a existência de uma base aérea em Beja, situada a 170 quilómetros de Lisboa e a cem do Algarve, esta poderá ser utilizada como aeroporto comercial.

Sem dúvida que a localização é bastante favorável, tanto para os portugueses como para os espanhóis, que vêem neste investimento uma forma de captar mais turistas para a região, sobretudo de Londres, Paris e alguns países nórdicos. No caso espanhol, já exitem infra-estruturas montadas para receber os turistas, como é o caso da oferta de campos de golfe, turismo de aventura, desportivo e cultural na zona da fronteira, sendo mais vantajoso para estes ter um aeroporto a 100 Kms em Beja, em vez do actual de Sevilha que se encontra a 200 Kms. Se as acessibilidades aéreas e terrestres forem boas e a capacidade hoteleira adequada à procura, os turistas que visitam Espanha poderão ficar alojados em Beja e aproveitar a sua estadia para visitar Portugal, especialmente as zonas mais próximas como a barragem do Alqueva, o maior lago artificial da Eurpa e a costa alentejana.
De facto, toda toda a zona do Alentejo poderá afirmar-se finalmente como destino turístico de qualidade, oferecendo condições naturais e históricas que em nada diferem das que tornam poderosa a região de turismo da Extremadura espanhola, toda essa região passará a estar servida por um aeroporto internacional de grande qualidade. Também as low cost terão em Beja uma base operativa com condições económicas e técnicas muito favoráveis, que lhes permite cobrir, com os adequados interfaces com as estruturas rodo e ferroviárias, uma extensa região, a uma distância de voo de até pouco mais de duas horas de duração, com origem em qualquer das maiores cidades espanholas e do centro da Europa. Foi assim que o turismo residencial do Sul de França conheceu um boom fantástico na década de 90. O Alentejo e as regiões limítrofes terão, assim, a possibilidade de alcançar finalmente uma dimensão macroeconómica ajustada aos enormes atributos naturais e histórico-culturais que possuem.


Fonte: Jornal "Diário de Notícias", 27 de Dezembro de 2006.

05 janeiro 2007

Galiza quer reaver médicos a trabalhar em Portugal

Nos últimos anos, a Espanha tem sido o grande exportador de profissionais de saúde para Portugal. Esta situação provocou um défice de clínicos na Galiza, levando o governo regional da Galiza a avançar com uma política agressiva para fixar especialistas naquela região. Para o bastonário da Ordem dos Médicos a situação é preocupante, pois Portugal pode perder médicos espanhóis mas também médicos portugueses. Ou seja, se as condições oferecidas pelo governo espanhol forem atractivas, também os portugueses que trabalham nas zonas transfronteiriças podem mudar para o país vizinho. Segundo dados divulgados esta semana pelo governo regional, as vagas livres na área da saúde daquela região autónoma fronteiriça de Portugal, ascendem, actualmente, a 687, das quais 585 correspondem a médicos especialistas. O responsável do governo regional espanhol considera que este défice, nomeadamente de pediatras e anestesistas, apresenta-se como um problema estrutural de toda a UE, tendo em conta o número de profissionais formados. Para este cenário, as autoridades locais apontam como uma das causas da saída da Galiza, nos últimos anos, de médicos e enfermeiros especialmente para Portugal, a busca de melhores condições e a carreira profissional. Apesar disso, este responsável pretende recuperar os profissionais que emigraram e contratar no exterior. Em 1997, existiam dezenas de vagas para preencher em Centros de Saúde do Alto Minho, a Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo (SRSVC), tendo sido contratados em regime de avença, clínicos da vizinha Galiza. Como as condições oferecidas aos médicos espanhóis eram melhores em Portugal estes acabaram por ficar, verificando-se neste momento a situação contrária, pois o Governo espanhol pretende agora oferecer melhores condições aos médicos espanhóis e estrangeiros por forma a combater o défice de médicos no país.
O número de clínicos espanhóis inscritos na Ordem dos Médicos em 2005 era de 1935. Se muitos estudantes de medicina portugueses escolhem as universidades espanholas para estudar, os espanhóis são a maioria entre os estrangeiros a exercer cá. No que diz respeito ao total de médicos estrangeiros inscritos na Ordem portuguesa, este é de 3355. Depois dos espanhóis, surgem os profissionais oriundos dos países africanos de língua oficial portuguesa, em particular de Angola (170). Por último, o número de enfermeiros estrangeiros a exercer no país, segundo números da Ordem dos Enfermeiros é de 2402. Também neste caso Espanha é a grande exportadora de profissionais, com 70% do total. Ao todo, há 1860 provenientes do país vizinho.


Se a situação de saída dos médicos espanhóis se verificar, o distrito de Viana do Castelo perderia 23,6% dos seus médicos, segundo noticiou a Agência Lusa. Segundo o coordenador da Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, nos 13 centros de saúde do distrito trabalham actualmente 242 médicos, 57 dos quais espanhóis. Desta forma, o Governo português deverá tomar igualmente medidas que permitam a fixação dos médicos espanhóis e portugueses no país, bem como a absorção dos estudantes de medicina que estão a estudar em Espanha e Portugal.
http://www.medicosdeportugal.iol.pt/
http://www.xunta.es/galicia2003/ES/13_02_02.htm
http://www.turgalicia.es/sit/ficha_datos.asp?ctre=recintos&crec=15925&cidi=P


Fonte: Jornal "Diário de Notícias", 27 de Dezembro de 2006.